A pandemia do novo coronavírus impôs uma infinidade de desafios para muitos profissionais, sobretudo na educação. Alguns professores, por exemplo, tiveram de se reinventar para ensinar no ambiente virtual – foi o caso de Joaquina Saboia, que se dedica há mais de 60 anos ao ensino de Língua Portuguesa para crianças e adolescentes, e tem se mantido “na ativa” por meio de aulas online e gravadas.
Para ministrar as aulas, Joaquina conta com o auxílio do filho Gerhard, que é formado em Informática. A experiência, apesar de nova, “está sendo ótima”. “Eu não estou achando muito difícil, porque sou muito familiarizada com os alunos, os tenho como meus filhos. Só lamento, pois a maior parte não assiste à aula, mas estou me sentindo muito bem porque estão correspondendo”, diz.
A fórmula para esse bom relacionamento é “o amor pelo que faz”, de acordo com ela. “Com o maior carinho do mundo, eu dou uma aula para os meus alunos. A gente só consegue as coisas com amor, porque se a gente for com estupidez ou desprezo, não dá certo”, ensina a docente, que dá aulas para alunos de 6º e 7º anos do Ensino Fundamental.
O bom humor no ambiente educacional, segundo ela, é uma estratégia constante. “Eu sei que conquisto demais. Teve uma aula que brinquei que eles iam dar aula por mim por terem respondido corretamente a uma pergunta de uma matéria difícil. Eles riram e o desejo de aprender aumentou neles”.
Mesmo já tendo atingido idade para se aposentar, ela contraria os desejos dos sete filhos. “Eu digo que se me proibirem, eu fujo de casa. A sala de aula é meu paraíso. E ainda está tudo prestando! No dia que eu não puder mais, que não tiver mais capacidade de ensinar, que não servir, eu sou a primeira a sair”, afirma.
Em meio à pandemia, ela também aproveitou para trocar de função e assumiu o lugar de aluna em aulas online de inglês. “Eu já viajei muito, mas não sei inglês e agora decidi aprender. Se eu ainda tiver vida quando essa quarentena passar, eu vou me mandar pelo mundo”, revela, aos risos.
Diário do Nordeste
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