O governo brasileiro informou nesta sexta-feira (18) que decidiu fazer parte da Covax Facility, uma iniciativa global para facilitar o acesso de países a vacinas contra Covid-19. O prazo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para que países informassem se iam aderir à iniciativa terminava na sexta.
“O governo brasileiro, após tratativas com a Aliança Gavi, confirma a intenção de aderir à Covax Facility, iniciativa inédita que tem como objetivo acelerar o desenvolvimento e proporcionar mundialmente o acesso equitativo a vacinas contra a Covid-19”, informou o Palácio do Planalto em nota que diz ainda que “a aquisição de uma vacina segura e eficaz é prioridade do governo federal”.
A Covax é uma espécie de aliança e consórcio entre países que visa garantir investimentos para pesquisa, produção e oferta equitativa de vacinas contra a Covid-19. Atualmente, a estratégia acompanha nove estudos clínicos de possíveis imunizantes.
O compromisso prevê que, caso alguma delas tenha eficácia, haja o fornecimento de doses para pelo menos 20% da população de cada país vinculado à aliança.
A medida também tem apoio de recursos de instituições e doadores internacionais, o que visa ajudar países de menor renda, segundo a OMS.
Na quinta-feira (17), a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo havia informado que estudava “criteriosamente” a participação do Brasil na Covax Facility e que, “assim como outros países, segue em tratativas junto à Aliança Global de Vacinação para a extensão do prazo” para a adesão.
“Tal medida se faz necessária para obter mais informações sobre as condições para a aprovação regulatória, instrumento jurídico aplicável, vacinas em desenvolvimento, suas características de armazenamento e transporte logístico”, apontava comunicado de quinta. “Essas definições são especialmente importantes em um país como o Brasil, de dimensões continentais.”
Um desses fatores seria o possível custo da adesão, pelo fato do Brasil ser um dos países mais populosos — e a iniciativa prever a oferta de vacina para até 20%.
A ideia é que os países façam investimentos iniciais até 9 de outubro. Isso ocorre porque a estratégia prevê a possibilidade de que fabricantes façam investimentos precoces na capacidade de produção, aumentando a chance de uma oferta mais rápida da vacina caso haja eficácia.
Atualmente, o Ministério da Saúde já possui um acordo que prevê a compra de 100 milhões de doses de uma vacina em desenvolvimento pela Universidade de Oxford com a AstraZeneca — uma das nove vacinas cujo estudo clínico é acompanhado pela Covax.
Ainda não está claro se a medida poderá trazer uma interferência no acordo. A avaliação inicial de membros que acompanham o processo ouvidos pela reportagem é que a adesão é complementar, já que a iniciativa da Covax envolve também outras oito opções de vacinas, mas que a medida ainda precisa ser avaliada.
Diario do Nordeste
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