Uma criança de 11 anos foi raptada e estuprada por um preso durante o horário de visitas, neste sábado (13), na Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL V), em Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza. A vítima é irmã de um interno e foi violentada por um outro detento da unidade. As informações foram confirmadas ao Diário do Nordeste pelo Conselho Penitenciário do Estado do Ceará (Copen) e por uma fonte da Polícia Civil.
De acordo com o presidente do Copen, Cláudio Justa, a criança entrou na unidade junto com a mãe para auxiliar na entrega de produtos pessoais para o irmão, que está recolhido na unidade. Durante a visita, porém, um dentento levou a menina para dentro um compartimento do presídio e violentou a criança.
O crime só foi descoberto quando a mãe notou o sumiço da jovem e acionou a segurança da unidade. Agentes penitenciários realizaram buscas, encontraram a criança e capturaram o suspeito.
Cláudio Justa afirmou que o crime demonstra a insegurança no interior da unidade prisional, que sofre com a superlotação. O presidente do Copen comentou que não é comum esse tipo de ações contra familiares, já que os presos têm a visita como “sagrada”.
“O que é preocupante é que hoje, em razão da superlotação, estamos presenciando problemas de acesso de agentes dentro de onde os presos ficam. Só conseguem ter o pleno acesso à segurança com o Batalhão de Choque. Mas nos dias de visitas, os próprios presos colaboram. É uma violência que viola as regras deles mesmos. Não é adotado um plano especial de segurança, já que é um horário sagrado pra eles. Fugiu da expectativa total”, afirmou Justa.
Atendimento médico
Após o crime, a jovem recebeu o socorro e foi levada para uma unidade hospitalar. A menina passou por exames médicos e periciais que comprovaram o abuso.
Já o presidiário foi levado para uma área de isolamento para evitar que os outros detentos o agredissem em represália ao ocorrido. Uma fonte da Polícia Civil informou que o detento já estava recolhido no presídio pelo crime de estupro.
O local para onde ele foi conduzido não foi informado à reportagem devido ao risco de represálias.
O Diário do Nordeste entrou em contato com a Secretaria da Justiça (Sejus), responsável pelos presídios, e com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), mas, até a publicação dessa reportagem, os órgãos ainda não se posicionaram sobre o caso.
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