A prefeita de Quedas do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, Marlene Fátima Revers (Pros) é investigada pela Câmara de Vereadores por supostos gastos excessivos na compra de bolos e salgados. O parecer da Comissão Processante, aberta em maio, pede a cassação da chefe do administrativo.
Nesta quinta-feira (11), o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) suspendeu a sessão extraordinária para a votação do parecer, que estava prevista para sexta-feira (12). A defesa da prefeita apontou irregularidades nas investigações.
Segundo o apurado, entre setembro de 2017 e julho 2018 foram gastos mais de R$ 270 mil com a compra de quase 6,5 toneladas de bolo e mais de 36 mil salgadinhos para reuniões do Conselho Municipal de Assistência Social.
Este total, se dividido pelos 11 meses destacados pela denúncia que levou à abertura da comissão, equivale a 199 bolos de três quilos por mês.
E, levando-se em conta 100 gramas por pedaço de bolo, seriam necessárias 65 mil pessoas para consumi-los, aproximadamente o dobro da população da cidade.
A denúncia indica ainda que em alguns meses, a prefeitura chegou a pagar por cerca de 300 quilos de bolo e que o conselho é formado por somente cinco integrantes.
Investigação
De acordo com o administrativo da Câmara de Vereadores, o processo tem quase 2 mil páginas que incluem notas, fotos e depoimentos da prefeita, do secretário de administração e de servidores municipais.
A abertura da Comissão Processante foi aprovada por nove votos a favor e quatro votos contrários.
Na decisão desta quinta, o TJ-PR determinou ainda que a contagem do prazo de 90 dias para a conclusão das investigações seja suspensa até que novas testemunhas indicadas pela defesa sejam ouvidas.
Em nota, a defesa da prefeita disse que algumas das notas apresentadas em dezembro de 2018 equivalem a compras feitas em meses anteriores e que os bolos e salgados foram encomendados para vários eventos como reuniões com idosos e para as atividades do Outubro Rosa.
Suspeita de corrupção
O presidente da Comissão Processante, o vereador Ivar Antônio Lins Eleuterio, é acusado por alguns dos investigados de ter pedido R$ 500 mil para arquivar a investigação.
Ele nega a acusação de corrupção passiva e que tenha autorizado ou pedido para alguém negociar qualquer coisa em seu nome.
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